sábado, 11 de fevereiro de 2012

Vertigem. Da caminhada humana e suas razões


Hoje eu tive um sonho. Não daqueles que se sonha dormindo, de olhos fechados, mas daqueles que se sonha com os olhos bem abertos cheios de fulgor. Havia tanto sol e tanta lua.Tanto brilho e tanta luz que me ofuscavam a lucidez da visão. Mas não precisava necessariamente ver, conhecer, tocar. Carecia  mesmo era de sentir. De me deixar  tomar por toda aquela cor vibraz que doía até o mais profundo dos olhos do corpo, da alma, do coração.
Era uma cor física e ao mesmo tempo abstrata. Era sólida, líquida, era gás, numa fusão única de todas estas e mais outras mil, dez mil, conhecidas ou jamais imaginadas.
Sonho talvez seja isso, uma corrente de emoções tão fortes que hora sorrimos, hora choramos, nos exaltamos em êxtase de eloquentes sensações.
Outras   horas, demasiadamente nos afastamos de nós mesmos, para intensamente nos aprofundarmos na torrente desconhecida da alma, como um andante louco, de terras longíquas. Aquele  que deixa aflorar na pele, nos pelos, no entremeios das unhas, no profundo de suas retinas, o oásis ludibriante,  de seus mistérios, verdades e incertezas que o faz vivo, mesmo que apenas nos interstícios da razão e da loucura.
É este, o  caminho  verdadeiro para quem se põe a andar, sem se apegar a passado, presente ou futuro, pois com ou sem sentido ou sem rumo,  ludibriado, fascinado ou derrotado que seja,  duas são as únicas certezas do homem nesta estrada:  uma delas é sonhar que vai chegar. A outra, é que mesmo que um pouco tarde, já no finzinho da noite, começo da madrugada, limiar do amanhecer, esta viagem vai acabar.




Emilio de Freitas Campos

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